RAUL JUSTE LORES, EDITOR DE MERCADO;
AGNALDO BRITO DE SÃO PAULO.
AGNALDO BRITO DE SÃO PAULO.
No Rio de Janeiro, já faltam até sacos
para recolher cadáveres, mas a logística humanitária tem se desenvolvido muito
pelo mundo, empregando modelos utilizados pelas empresas privadas de logística.
O conhecimento utilizado após grandes
catástrofes como o tsunami asiático, o furacão Katrina e o terremoto no Haiti
produziu lições que estão sendo estudadas em todo o mundo.
Cursos superiores e multidisciplinares
sobre defesa civil se tornam populares em universidades americanas e asiáticas.
Arquitetos e urbanistas estudam materiais resistentes à água e ao fogo, e fazem
projetos de reconstrução que evitem futuros desastres. Várias dessas lições
podem servir de exemplo ao Brasil:
PADRÃO DE EMERGÊNCIA
O projeto Esfera, estabelecido após o
genocídio de Ruanda, criou padrões de base para a ajuda. Cada vítima necessita
entre 7,5 e 15 litros de água para beber, cozinhar e lavar e 2.100 calorias por
dia, mas 3,5 m<ht>2<ns> de abrigo.
Uma instituição católica na República
Dominicana, que sempre responde a tragédias, compra barras de granola,
sardinhas em lata e creme de amendoim, ricos em proteína, não perecíveis e de
fácil transporte.
PAPELÃO E NEGÓCIO
O arquiteto japonês Shigeru Ban,
voluntário no terremoto de Kobe (1995), desenvolveu tendas, escolas e clínicas
que não oferecem risco de novo desabamento.
Na moldura das construções, tubos de
papelão recicláveis são reforçados e preparados à prova d'água e resistentes ao
fogo, o piso é de espuma e o teto é feito com madeira compensada, revestido de
isolante.
As tendas foram usadas após o tsunami
no Sudeste Asiático, em 2004. Companhias japonesas com fábricas na China
produziram mais de 50 mil.
SOFTWARE E BOLSAS
Depois de vender para a UPS sua empresa de
transportes, presente em 120 países e com 10 mil funcionários, por US$ 500
milhões, o americano Lynn Fritz, 63, criou o Instituto Fritz, consultoria que
emprega seus conhecimentos em armazenagem e distribuição.
·
Ele desenvolveu programas de computação que ensina logística a ONGs;
·
Criou uma conferência anual que reúne especialistas para discutir os
últimos desastres;
·
Oferece bolsas de estudo em universidades americanas que estudam
resposta a tragédias. Microsoft, Intel e Philips colaboram com Fritz.
POSTOS AVANÇADOS
Próximos a áreas onde desastres
acontecem com freqüência, são instalados pólos logísticos com pessoal treinado,
armazenamento para remédios, tendas e material de resgate.
A Federação Internacional da Cruz
Vermelha criou pólos logísticos em Dubai e Kuala Lampur, com boa comunicação e
onde alfândega e burocracia funcionam bem.
A "Cidade Humanitária
Internacional", em Dubai, inclusive, é uma área com isenção de taxas e
impostos.
Essa logística reduziu os custos da
Cruz Vermelha com uma família em risco de US$ 740 para US$ 185.
GPS
Após o terremoto do Haiti, no ano
passado, a ONG britânica Map Action usou GPS e imagens de satélite e Google
Maps para localizar desabrigados, checar que ruas ou estradas estavam
bloqueadas ou pontes que desmoronaram _facilita a busca e evita desperdício de
tempo.
CONTRATO COM VAREJO
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