Sergio Vieira de Mello o
diplomata brasileiro que era comissário de Direitos Humanos da ONU um dos mais
corajosos e carismáticos de sua geração. Um homem brilhante que tem a vida
interrompida de forma trágica em um atentado terrorista no Iraque.
Documentário da HBO e BBC
baseado no livro de Samantha Power. No filme, o cineasta Greg Baker mostra
muito mais do que o trabalho profissional que tornou Mello conhecido. Além de
pragmático e idealista, Sérgio também era carismático e complicado, amava a
vida, bem como as mulheres, segundo Baker.
A vida de Sérgio Vieira de
Mello foi tragicamente interrompida em 19 de agosto de 2003 em um ataque
atribuído à rede terrorista Al-Qaeda. A explosão de um carro bomba no Hotel
Canal em Bagdá, Iraque, onde funcionava a sede da ONU, matou 22 pessoas e feriu
cerca de 150. O ataque, cujo alvo seria o brasileiro, foi considerado o mais
violento realizado contra uma missão civil da ONU.
Cenas do caos instalado no
local são mostradas no documentário, incluindo o desespero da companheira de
Sérgio à época, a argentina Carolina Larriera. As tentativas de salvamento por
parte de dois bombeiros americanos também foram captadas pela câmera. O
professor norte-americano Gil Loescher ficou preso com Sérgio sob os escombros
e teve as duas pernas amputadas para ser salvo. Antes que pudesse ser
resgatado, o brasileiro morreu.
Não é só a vida de Vieira de
Mello que é retratada no filme. A obra, vencedora do Festival de Filmes de
Sundance em 2009, tem várias cenas que mostram as dificuldades de se trabalhar
nas áreas mais vulneráveis do mundo. Como exemplo, "Sérgio" cita o
choque cultural que pode existir entre os Estados Unidos e a ONU. De acordo com
o filme, o país insiste que a organização deve ser fortalecida com tanques e
outros equipamentos militares. Já a ONU não vê o fato como essencial e sim como
um obstáculo à ajuda humanitária e outros serviços que fornece, ainda de acordo
com o documentário.
Com ou sem acusações de
responsabilidade, o filme não deixa de lamentar a perda de uma das figuras mais
importantes durante as crises internacionais. Carioca da capital e filho de
diplomata, Sérgio Vieira de Mello era o Alto Comissário das Nações Unidas para
os Refugiados em Bangladesh, no início da década de 70.
O legado do diplomata é
extenso. Com muita dedicação e empenho, apoiou a reconstrução de comunidades
afetadas por guerras e violência extremas. Primeiro brasileiro a atingir o alto
escalão da ONU, Sérgio atuou como negociador nos principais conflitos mundiais
como Camboja, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, Ruanda e Líbano. Quando morreu no
Iraque, estava cumprindo a mesma missão.
Tornou-se uma verdadeira
lenda na comunidade internacional quando esteve no Timor Leste, onde provou que
tinha a grande capacidade de resolver problemas, fosse em conexão com líderes
mundiais ou pessoas comuns. "A pessoa certa para resolver qualquer
problema", afirmou Kofi Annan, lembrando ainda que Sérgio "era o
único alto funcionário das Nações Unidas conhecido por todos pelo primeiro
nome".
O filme traz ainda
entrevistas com Carolina Larriera, Samantha Power e Gil Loescher, e declarações
de Condolezza Rice, Tony Blair, do sobrinho André Simões e dos colegas da ONU
Ghassan Salame, Shawbo Taher, Jeff Davie e Mona Rishmawi, entre outras pessoas.
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