Reunião de alto nível debateu estratégias para tornar
sociedades mais resilientes. Mais de 11 milhões de pessoas morreram devido à
seca desde 1900.
Foto: FAO/Giulio Napolitano
Para tornar as pessoas mais resilientes a secas, os governos
precisam criar planos nacionais coordenados que incorporem a preparação, o
monitoramento e os serviços de informação sobre a seca, pediram nesta
quinta-feira (14) funcionários das Nações Unidas ao final de uma reunião
internacional de alto nível em Genebra.
Em uma declaração conjunta, os chefes da Organização
Meteorológica Mundial (OMM), da Organização das Nações Unidas para Alimentação
e Agricultura (FAO), da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação
(UNCCD), além de outros parceiros, afirmaram que “os quadros legais políticos
nacionais que melhoram a previsão de seca e tornam esta informação disponível
de modo que as comunidades possam agir são indispensáveis”.
Eles observaram que, enquanto as políticas nacionais de seca
variam de acordo com as circunstâncias locais de um país, o desenvolvimento
sustentável é a chave para comunidades mais resilientes, “permitindo que as
famílias escapem da armadilha de depender da ajuda alimentar de emergência”.
A resiliência também torna possível evitar as respostas de
curto prazo que degradam a terra e buscar ações que restaurem áreas afetadas
pela seca, acrescentaram os funcionários da ONU.
O papel dos agricultores é essenciais na preparação para a
seca, afirma a declaração, citando a utilização de variedades resistentes à
seca e técnicas que aumentam a fertilidade do solo como formas de aumentar a
produtividade e sustentabilidade na agricultura propensa à seca.
“Esses recursos devem ser introduzidos de forma a encorajar
os agricultores e outros produtores rurais para que sejam autossuficientes na
gestão de variabilidade climática”, disseram.
Desde 1950, terras secas aumentaram quase 2% em todo o mundo
por década, segundo dados da declaração.
As secas têm afetado principalmente as regiões do Chifre de
África e do Sahel, EUA, México, Brasil, partes da China e da Índia, Rússia e o
sudeste da Europa. Além disso, 168 países afirmam ser afetados pela
desertificação, um processo de degradação do solo em terras secas que afeta a
produção de alimentos e é agravado pela seca.
“A seca é uma das causas mais comuns da falta de alimentos,
particularmente em países em desenvolvimento”, disse o Representante Especial
do Diretor-Geral da FAO, Ann Tutwiler.
Mais de 11 milhões de pessoas morreram e outras 2 bilhões
foram afetadas por secas desde 1900, de acordo com o Escritório das Nações
Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR).
“Quase metade da população mundial estará vivendo em áreas
com grande escassez de água até 2030”, alertou o Secretário Executivo da UNCCD,
Luc Gnacadja.
A reunião ocorreu a poucos dias do Dia Mundial
da Água, lembrado anualmente em 22 de março. O tema deste ano é a cooperação
internacional, ecoando o Ano Internacional de Cooperação pela Água –
comemoração aprovada pela Assembleia Geral da ONU para 2013.
Fonte: www.onu.org.br
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